quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Mago: Aprendiz, de Raymond E. Feist

Mago: Aprendiz, de Raymond E. Feist
Saída de Emergência - 407 páginas
Uma decepção.





Título: Mago: Aprendiz
Título Original: Magician: Apprentice
Autor: Raymond E. Feist
Tradutora: Cristina Correia
Editora: Saída de Emergência
ISBN: 978-85-67296-00-5
Ano da Edição: 2013
Ano Original de Lançamento: 1982
Nº de Páginas: 407
Série: A Saga do Mago - Livro 1
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Muito fraco.


Sou fã de livros de fantasia. Sou fã de livros juvenis.
Um livro juvenil de fantasia?! Sempre espero muito desse tipo de literatura. Ainda mais tendo terminado A Fúria dos Reis recentemente (não que seja juvenil, mas é um dos melhores livros de fantasia que já li).

Portanto, estava com as expectativas em alta quanto a essa história.

Quando recebi o livro em casa, pouco sabia da história. E, confesso, não queria saber muito antes de realizar a leitura. Sabe aquele tipo de leitor que morre de medo de qualquer mínimo spoiler? Sou eu.
Nem ao menos sabia dizer se o livro era um lançamento ou se ele já havia sido escrito há muito tempo.
O livro chegou aqui em casa e já me maravilhou de cara. A capa é simplesmente magnífica - linda mesmo! E o leitor ainda ganha de presente uma maravilhoso mapa colorido, em papel especial, para acompanhar a história. Achei simplesmente magnífico esse carinho da editora para com o leitor. Aliás, a editora está de parabéns em todos os aspectos - uma tradução/revisão bem feita, uma diagramação maravilhosa, uma edição muito bacana!

Além disso, a história em si ainda é precedida por uma "Carta do Editor" e por uma "Dedicatória do autor".
Na primeira, o editor do livro, Luís Corte Real, fala do porquê de ter escolhido Mago: Aprendiz para ser o primeiro publicado na coleção Bang!, que propõe-se a dedicar-se exclusivamente à publicação de fantasia (e aqui os fãs desse tipo de literatura dão vivas: Viva!).
Ele não poupa elogios à obra de Feist e lembra ao leitor que não leu a contracapa (aquele, tipo eu, que tem medo de qualquer tipo de spoiler! E não recomendo mesmo que leia a contracapa, aliás!) que o livro foi elencado pela BBC como um dos 100 melhores livros de todos os tempos (a lista foi publicada em 2003 e o livro ficou na 89ª posição).
Como ler tal texto e não esperar algo simplesmente fantástico? Impossível.

Logo em seguida, ainda antes do início da história, o leitor encontra palavras do próprio autor.
Em 1991, para comemorar os dez anos de publicação da obra, Feist fez o relançamento do primeiro livro, agora dividido em dois volumes.
Na ocasião de sua primeira publicação, seu editor achou que não valeria a pena que o livro fosse uma série e várias partes acabaram sendo cortadas. Depois que a série já havia alcançado sucesso (originalmente, a série tinha três volumes! Com a divisão do primeiro livro em dois, são quatro os volumes que compõe A Saga do Mago), o autor pôde, finalmente, lançar sua história conforme havia pensado nela primeiramente.
Mais uma vez, era promessa de encontrar algo maravilhoso - afinal de contas, foi essa saga que trouxe renome a Feist.

Portanto, eu estava ansiosa demais pelo que encontraria. E as expectativas, claro, nas alturas.

O leitor é apresentado à Midkemia, um mundo um tanto medieval, com cavaleiros, heróis, magos e criaturas não humanas, como anões, elfos e moredhels.
Dentro deste mundo, a história começa em Crydee, onde os garotos de 14 anos finalmente serão tomados como aprendizes. Quando todos os garotos são escolhidos e apenas Pug fica para trás, o menino pensa que será o único naquele ano a não ser escolhido por ninguém, mas contrariando todas as expectativas o mago Kulgan o escolhe como aprendiz. Seu melhor amigo, Tomas, foi escolhido como aprendiz de guerreiro e assim as coisas ficam muito bem, com os dois tendo boas perspectivas.
De repente, a história muda de rumo e aliens estão invadindo Midkemia. Os tsurani são um povo desconhecido que, por um propósito também desconhecido, querem tomar o mundo onde vivem os heróis de nossa história. E assim, os dois garotos se veem envolvidos em uma expedição que deve toldar o rumo da guerra entre os habitantes de Midkemia e os tsuranis.

Deu para entender o enredo do livro? Pois eu não entendi muito bem.
Tendo em vista o título da história, esperava que a trama ficasse em volta de Pug e Kulgan, como discípulo aprendendo a manipular a magia, talvez com Tomas aparecendo aqui e ali, já que é o melhor amigo do aprendiz de mago. Mas não é bem isso. Aliás, não é nada disso.
Pug tem o seu espaço na história, mas não como mago (não vou entrar em detalhes! Aqui você precisa ler o livro para entender exatamente o papel do garoto). Além disso, seu melhor amigo Tomas pega um grande papel na história e, confesso, toma para si as melhores passagens do texto (todos os momentos em que achei que o livro estava "melhorando", percebi mais tarde, foram protagonizados por Tomas).

A aventura por Midkemia pode até ser entendida pelo leitor, mas seu propósito geral no meio da história como um todo não fica muito claro. Por que, afinal de contas, tanto relato sobre tal jornada? Torna-se enfadonha a leitura e um tanto arrastada.
E isso não é tudo!
Em determinado ponto do livro os protagonistas simplesmente somem (porque em determinada altura, eu considerava Pug e Tomas os protagonistas) e o livro se fixa na guerra contra os tsuranis. Sendo o título "Mago: Aprendiz" eu realmente esperava uma atenção maior a Pug e suas habilidades mágicas, o que não acontece. Será que isso acontece no segundo livro? Talvez, eu não sei dizer. A divisão também não ficou boa, na minha humilde opinião. Mago: Aprendiz simplesmente termina do nada!

Pode ser que um grande fã da série goste realmente dessa edição revisada e ampliada, mas acho que esse talvez seja um grande problema para quem desconhece A Saga do Mago, como eu.
Eu fiquei perdida em tanta narrativa inútil. O autor fala de várias coisas que eu não queria saber, com as quais pouco me importava. E de uma forma que considerei pouco interessante.
De fato, passam-se alguns anos durante a história e os eventos são narrados quase de forma aleatória - como leitora, fiquei curiosa para saber várias coisas que o autor simplesmente não mencionou, enquanto achava interessante contar episódios que não me interessavam nem um pouco.

A narrativa de Raymond E. Feist não é ruim, mas tampouco é daquele tipo maravilhoso que te envolve na leitura sem deixá-lo escapar.
Não pelas palavras que usa, ou por descrever mais do que o necessário (em alguns momentos, acho até que o autor foi pouco prolixo, poderia ter descrito muito mais sem tornar enfadonha a leitura... em casos de mundos desconhecidos, descrições são sempre bem-vindas), mas por enrolar um bocado na trama que conta.

Os personagens de Feist também não são muito profundos - e aqui eu acho que mora o real problema do livro.
O que faz uma história ser fantástica ou muito melhor do que outras é o poder que o autor consegue imputar em seus personagens. Infelizmente, isso está pouco presente na história. O passado daqueles que vivem em seu mundo é praticamente irrelevante (e eu sempre acho bacana quando a vivência pregressa tem algum peso na personalidade presente e nas decisões que são tomadas), ele dá importância a pouco mais de meia dúzia de personagens e faz com que todos os outros sejam desimportantes; e até mesmo aqueles que podem ser por algum motivo considerados protagonistas são bastante rasos. Não há aprofundamento algum em suas personalidades, seus receios ou suas ambições.
Acho isso bastante triste. E, mais uma vez na minha opinião, acho que isso deixa a história pouco atrativa e bastante enjoativa.

No final das contas, Mago: Aprendiz era uma grande promessa que não se cumpriu.
Um livro ruim? Não, tampouco um livro bom, porém.
Mas o mapa é lindo!


Nota: 


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