sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Inferno, de Dan Brown

Inferno, de Dan Brown
443 páginas - Arqueiro
Mais uma aventura de Robert Langdon.



Título: Inferno
Título Original: Inferno
Autor: Dan Brown
Tradutores: Fabiano Morais e Fernanda Abreu
Editora: Arqueiro
ISBN: 978-85-8041-152-2
Ano da Edição: 2013
Nº de Páginas: 443
Série: Robert Langdon - Vol. 4
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Sinopse:
Robert Langdon acorda em um hospital.
Ele não se lembra como foi parar ali... apenas sente-se atordoado e percebe que tem um ferimento na cabeça.
De repente, descobre que não apenas está no hospital, não apenas está desmemoriado e incapaz de se lembrar dos últimos dias, como ainda por cima se encontra na Itália e alguém está tentando matá-lo.

Enquanto tenta salvar a própria vida e se lembrar de como foi parar na Europa, auxiliado pela médica Siena Brooks, Langdon acaba se vendo envolvido em um caso de bioterrorismo.


O que eu achei do livro: 
Regular.

Podem atirar as pedras todos os fãs de Dan Brown. Adiantado mesmo, porque apesar de gostar dos livros do autor, eu não o acho tudo isso que dizem por aí. E, para mim, Inferno foi simplesmente uma leitura regular.

Dos quatro livros protagonizados por Robert Langdon, esse foi o que menos gostei.
Quando li o primeiro livro de Dan Brown, me apaixonei pelo autor e achei que tinha encontrado outro queridinho. Estava estarrecida pelo ritmo alucinante da história, pelo encantador protagonista (um pouco metido a sabe-tudo, mas cuja inteligência e charme haviam me conquistado ainda assim), pela trama envolvente que me surpreendeu ao final, pelas viagens a vários lugares do mundo, pela imersão em História, cultura e Arte à qual o enredo de Dan Brown me levou.
Eu estava impressionada, maravilhada, mais do que encantada!

O primeiro livro que li do autor foi O Código da Vinci. Foi essa história que me proporcionou toda a visão que eu descrevi acima.
A narrativa do autor era muito ágil e extremante gostosa. Todos os fatos históricos narrados, assim como as obras descritas me deixaram maravilhada e me fizeram recorrer aos livros e também à internet em diversos momentos para ter uma ideia visual de tudo aquilo que o autor estava descrevendo (e, diga-se de passagem, de forma deslumbrante e encantadora). Eu me apaixonei pelos personagens, a aventura me cativou de forma inenarrável e o final me deixou de boca aberta.
Não é de se estranhar que eu já concluísse (prematuramente, para minha infelicidade) que Dan Brown era um gênio da literatura.

Por que prematuramente? Porque Dan Brown é um gênio do mercado literário - os livros dele vendem melhor do que água - mas, na minha humilde opinião, não é um gênio da literatura.
Eu descobri isso já no segundo livro que li dele: Anjos e Demônios (que é, na verdade, a primeira aventura de Robert Langdon). Aliás, é importante dizer, não faz a menor diferença ler os livros de Robert Langdon na ordem. Nunca leu nada protagonizado pelo professor de Harvard? Não tenha medo, pode começar por esse último livro e será capaz de entender tudo o que está acontecendo.
Essa segunda aventura trazia todos os elementos que haviam me conquistado quando li O Código da Vinci.

Como assim? Se lá estavam todos os elementos pelos quais me apaixonei tanto, por que não me fez amar ainda mais o autor?
Porque eu me senti lendo a mesma história. E isso aconteceu com todos os livros que já li de Dan Brown, protagonizados ou não pelo famoso historiador de arte Robert Langdon.
Não foi diferente em Inferno.

Novamente, a narrativa de Dan Brown é deliciosa. O autor consegue dar um ritmo bem dinâmico ao seu livro, o que torna a leitura extremamente agradável, embora não tão rápida. O autor capricha nas descrições dos cenários e das obras de arte que compõe a sua trama. Não é exagerado e nem são aquelas descrições chatas e que não têm fim, são bacanas e essenciais para que o leitor entre completamente dentro da história, mesmo que não recorra a pesquisas adicionais (entretanto, eu as recomendo fortemente! Você não pode deixar de pesquisar os locais, os quadros, outras obras de arte e até mesmo a música citada pelo autor).
A história inteira é permeada com fatos históricos e várias obras de arte são citadas, enquanto seus protagonistas viajam pelos mais encantadores locais. É incrível acompanhar o desenvolvimento da trama de Dan Brown e ir literalmente (e aqui, eu digo em sentido mais denotativo do que possa parecer) viajando junto com os personagens. Aquele que aproveitar a leitura para pesquisar um pouco mais ao mesmo tempo em que se diverte com o texto, também irá descobrir muita coisa bacana.

Entretanto, se você já leu algum livro do Dan Brown antes de Inferno, já sabe o que irá encontrar. Não apenas a estrutura do texto é toda exatamente a mesma dos outros livros, como o final é tão não-surpreendente quanto os demais.
Eu me surpreendi ao ler o final d'O Código Da Vinci, mas sei de muita gente que não conseguiu ser surpreendida por Brown nem mesmo no primeiro livro que leu do autor. O triste é que a partir do segundo você sempre sabe o que esperar e o autor utiliza-se da mesma fórmula.

Também não é novidade que o autor fuja um bocado da realidade para moldar a sua obra. Em todos os livros, Dan Brown dá um leve (na realidade, não tão leve assim) forçada de barra em diversas situações para que a trama possa se desenrolar, mas dá para comprar com um pouquinho de esforço os acontecimentos narrados.
Dessa vez, entretanto, eu acho que essa forçada de barra foi pesada demais. Não dá. Na minha cabeça, vários pontos saíram demasiadamente da realidade e me fizeram torcer o nariz durante quase toda a leitura pela falta de verossimilhança:
- Robert Langdon não se encaixa na trama. Um professor de história da arte não tem nada a ver com o foco principal do enredo;
- Siena Brooks não se encaixa na trama. Ela cai de paraquedas e fica por lá, mas o tempo todo parece simplesmente inadequada de forma exagerada;
- Um criminoso deixa pistas para que você possa chegar facilmente até ele, desde que seja bastante rico (de forma que possa viajar para vários locais da Europa) e entenda de Dante Alighieri como ninguém mais;
- Langdon está com amnésia na Europa. Mas tudo bem. Ele não tenta entrar em contato com conhecidos, só com a embaixada. Quando alguém tenta matá-lo, ele simplesmente confia em alguém que acabou de conhecer e foge.
Dentre outras coisas. Simplesmente não consegui comprar as explicações que o livro dá. Não vou entrar em detalhes sobre os diversos pontos que eu não consegui engolir para não revelar muito da trama, mas não foram apenas esses poucos fatos que citei. De maneira geral, os porquês do livro não me convenceram.

No caso de Inferno, a trama é estrutura ao redor de Dante Alighieri e do movimento transumanista.
Eu ainda não li Inferno (confesso, tenho medo de ler a Divina Comédia, da qual Inferno é a primeira de três partes, por ser um texto do século XIV contando em versos), mas o livro me instigou bastante a fazer essa leitura. Achei incrível a forma como o autor mostrou o quanto essa obra literária foi (e ainda é) influente em todo o mundo ocidental desde que foi lançada, ressaltando obras artísticas (dos mais diversos tipos) inspiradas na agonia narrada por Alighieri.
No caso do movimento transumanista, Dan Brown não entra em muitos detalhes, mas já o suficiente para apresentar ao leitor um movimento ainda pouco conhecido do público em geral, mas que ganha muitos adeptos e já causa rebuliço na área científica. Nunca havia ouvido falar sobre o assunto e ando pesquisando bastante nos últimos dias (a minha curiosidade é extremamente aguçada por assuntos tão interessantes e capazes de inspirar debates complexos).

Langon acorda em um hospital da Itália e é nesse país que se passa a maior parte da trama de Inferno.
Para quem não sabe, estou estudando italiano esse ano e sou extremamente apaixonada pela língua! O livro traz alguns trechos em italiano e eu achei uma delícia encontrá-los (quem ficava lendo em voz alta? Culpada!).
Para quem curte a Itália, o livro é realmente um prato cheio.

A edição brasileira ficou maravilhosa!
A Arqueiro trouxe o livro para os fãs do autor em uma rapidez que surpreende e agrada muito. É uma delícia não ter que ficar esperando meses e meses para ver uma obra traduzida para o português.
E é ainda mais gostoso quando o produto chega com tanta qualidade!
Para começar, a editora optou por manter a capa original - que além de muito bonita, está perfeitamente conectada à trama. Além disso, ainda utilizou dois tradutores maravilhosos para trabalhar nesse livro: Fabiano Morais e Fernanda Abreu.
Não está tudo perfeito, mas chega tão perto que quase assusta. É muito bom ver um livro tão bem cuidado quanto aconteceu em Inferno.

No final das contas, Inferno não traz nenhuma novidade. É o mesmo esquema presente em todos os livros de Dan Brown, com o agravante de ser ainda menos crível. Ainda assim, entretanto, é uma leitura gostosa, que diverte, entretém e ainda informa aquele que se aventura em suas páginas.
Uma grande decepção para quem quer algo original e inusitado, que traga surpresas e coisas novas. Uma grande maravilha para quem adora História e Arte. Misturando os dois, um livro que não é lá tudo isso, mas é garantia de uma leitura bacana e inspiração para boas discussões filosófico-científicas.
Quem se arriscar a ler, não irá se arrepender!


Nota: 


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