sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Jogos Vorazes, de Suzanne Collins

Jogos Vorazes, de Suzanne Collins
Rocco - 397 páginas
Porque colocar adolescentes em uma arena para se matarem é uma ótima ideia.





Título: Jogos Vorazes
Título Original: The Hunger Games
Autor: Suzanne Collins
Tradutor: Alexandre D'Elia
Editora: Rocco
ISBN: 978-85-7980-024-5
Ano da Edição: 2010
Ano Original de Lançamento: 2008
Nº de Páginas: 397
Comprar Online: Saraiva / Submarino
Série: Jogos Vorazes - Vol. 1





Sinopse:
O que sobrou da América do Norte agora é Panem - uma espécie de país autossuficiente dividido em uma Capital e 13 Distritos.

Após algum tempo, os Distritos se voltaram contra a capital e foram arrasados na guerra civil, que culminou com a destruição do Distrito 13 e a obrigatoriedade de cada um dos demais Distritos enviarem anualmente dois representantes - um do sexo feminino e um do sexo masculino - para a Capital. Esses representantes são chamados de tributos e têm que se enfrentar uma arena - somente um sairá vencedor - nos Jogos Vorazes.

Katniss é apenas uma garota - ainda tem 16 anos -, mas já está na idade de ter seu nome inserido no sorteio. E sua irmã caçula, de apenas 12 anos, também corre o risco de ser escolhida. Todos os adolescentes entre 12 e 18 anos do Distrito terão seus nomes inseridos nos sorteios - uma ou mais vezes.
A menina não teria que participar dos jogos esse ano, mas quando o nome de sua irmã - que aparecia apenas uma única vez - foi sorteado, ela se oferece como voluntária para ir no lugar da irmã.
Agora a garota terá que enfrentar outros 23 adolescentes, incluindo um menino da sua idade que a ajudou no passado, Peeta, de seu próprio Distrito. Somente um poderá sobreviver aos Jogos Vorazes.


O que eu achei do livro:
Adolescentes se matando em uma arena. Essa é realmente uma ideia ótima. Não, peraí, eu não estou sendo irônica - é MESMO uma excelente ideia. Para um livro, claro. Suzanne Collins foi muito feliz ao pensar na história que deu origem a essa trilogia de tanto sucesso.
Não que seja uma boa ideia colocar crianças para lutarem de fato. Ah não, isso não é uma boa ideia de forma alguma.

Confesso: eu estava morrendo de medo de ler esse livro - porque todo mundo elogiava demais e minhas expectativas eram mais altas do que eu poderia imaginar. Ainda assim o temor era completamente infundado. Mesmo com as expectativas nas alturas, o livro me surpreendeu.
Eu devorei as páginas de Jogos Vorazes (sacou o trocadilho? Hein?! Ok, a piada foi péssima, mas eu não podia deixar passar). Comecei a ler o livro em um dia e terminei no seguinte (e devo dizer que não consegui manter a minha proposta inicial de ler outros livros antes de começar o segundo - eu já comecei a leitura de Em Chamas).

A escrita de Suzanne Collins é maravilhosa - o ritmo da história é super rápido, tornando a leitura bastante fluidia.
Não foi o meu primeiro contato com a autora (já havia lido alguns livros da série Crônicas do Mundo Subterrâneo, que são ótimos por sinal), mas ainda assim ela conseguiu me surpreender. Porque não só a escrita de Suzanne Collins melhorou, como o ritmo desse livro é bem mais gostoso do que o da outra série que li (e olha que os livros narrando as aventuras de Gregor são bem dinâmicos). É uma trama recheada de ação e aventura.

Os personagens são bem delineados, embora o enfoque maior seja dado nos protagonistas, principalmente tendo em vista que a história é contada em primeira pessoa por Katniss.
Há bastante coisa acontecendo antes dos jogos - mostrando a vida de Katniss e sua família, a apreensão dela e de Peeta antes dos jogos começarem -, mas a maior parte do livro se passa mesmo é na arena, com a matança em andamento.
É bacana ver a forma como a autora vai conduzindo os acontecimentos. Como já mencionado, há bastante ação no livro e o leitor, certamente, não terá um só segundo de tédio. É quase impossível largar o livro - você precisa ler mais e mais e mais - vorazmente (ok, parei).

Como distopia eu gostei, mas não posso dizer que amei (o livro é tão bom, que mesmo com esse pequeno defeito ainda assim ganha a nota máxima e vai parar nos favoritos).
Peraí, você já leu a história e nem tinha se dado conta de que é uma distopia?! Pois é... talvez passe batido mesmo. Todo mundo percebe que é uma aventura, mas uma crítica à sociedade? Percebe também, mas não tão claramente.

A autora não entra no mérito de explicar como o mundo chegou a ser o que é hoje. Como é Katniss, a protagonista, quem narra a história, isso é completamente verídico, porque ela realmente não sabe como era antes e, portanto, não pode explicar. Ela fala rapidamente porque os Jogos Vorazes existem e que eles são uma forma de controle imposta pela Capital - para que não haja rebeliões nos Distritos, que são claramente mal-tratados.
Uma diferença essencial para outros livros distópicos é que não há aquela aura de mundo perfeito, ao menos não nos distritos. Eles sofrem.

Ainda assim, eu esperava uma maior crítica social - referências mais ferrenhas, comentários mais ácidos - desse livro. Aliás, é o que sempre espero quando me deparo com distopias. Para mim, não é possível contar uma boa história distópica se o autor não embute críticas à nossa própria sociedade no seu enredo. Isso até existe em Jogos Vorazes, mas é bastante superficial.

Talvez isso ainda aconteça nos próximos dois livros (realmente eu já comecei a ler Em Chamas, mas estou bem no início ainda), mas eu fiquei aguardando que os tributos - aqueles que já estão praticamente fadados à morte, já que apenas um dentre os 24 irá sobreviver - surpreendessem a Capital.
Sei lá, fizessem coisas diferentes daquilo que deles era esperado. Não vou afirmar se isso acontece ou não - eu quero que você leia o livro e se surpreenda com a história (ou não... porque, sério, o livro é bom, mas eu já esperava aquilo do final).
Ainda tendo em vista que a história é narrada por uma protagonista que desconhece detalhes da História de Panem, acho possível que algumas coisas tenham acontecido nas demais 73 edições dos jogos (sim, Katniss participa da 74ª edição) e isso esteja sendo habilmente ocultado pela Capital. Porque tudo bem - o medo existe - um Distrito foi aniquiliado, assim como todos os seus habitantes. A Capital mostra todo o seu poder durante os Jogos, mas em 73 edições ninguém nunca tentou algo diferente?! Sei lá... se recusar a lutar?
Outras opções me passam pela cabeça, assim como as atitudes que os organizadores dos jogos poderiam tomar para que apenas um saísse vitorioso no final (e garantir que alguém saísse vitorioso no final), ainda assim, eu acharia bacana se coisas desse tipo tivessem sido mencionadas no livro.
Honestamente, espero que o próximo volume seja mais focado na parte distópica - o que certamente vai me agradar bastante.

A ideia de colocar os jogos como um reality show - um programa que ao mesmo tempo deixa a população dos Distritos ciente da superioridade da Capital e ainda por cima serve como entretenimento para a massa - é absurdamente interessante. Acho que eu poderia divagar durante horas somente acerca da inventividade da autora e de todas as implicações que poderiam existir por trás dessa perspectiva.
Acho que é nesse ponto que consigo encontrar essa parte da qual mais sinto falta em uma distopia - a crítica à sociedade. Ok, talvez não ainda não estejamos vendo jovens se mantando em troca de nada na televisão.
Quero dizer, será mesmo?! Será que parte do que vemos hoje - felizes da vida - não são jovens se matando? Tipo, inúmeras plásticas, remédios, dentre outras mil e uma coisas apenas para ficar apresentável para a mídia? Isso sem contar nos inúmeros programas que fazem com que seus participantes passem por situações ridículas (sim, eu estou falando de coisas como Pânico e outros do gênero).
Eu juro que acho que A Fazenda e Big Brother não são da pior espécie (talvez porque eu goste de Big Brother, mas isso não vem ao caso agora), mas claramente lembram (e muito) os Jogos Vorazes, né?! Exceto pelo fato de que eles não precisam, necessariamente, se matar.
Não estou dizendo que tudo o que vemos é besteira e nem que concordaríamos em assistir calados a algo como os Jogos Vorazes, mas estou mesmo dizendo que somos passivos e aceitamos muito facilmente o que a mídia nos impõe. Claro que estou falando de maneira generalizada, mas ainda assim é algo para pensar.

Jogos Vorazes é realmente uma história maravilhosa. Era quase impossível atender às minhas expectativas que estavam super altas, mas ele foi além - suplantou-as. Não vou poder fazer nada diferente das trocentas pessoas que já surtaram com a série e a recomendam de olhos vendados: eu SUPER recomendo que você leia Jogos Vorazes - é um livro bom demais.

PS: Apesar de ter adorado a história, de ter amado a trama e lido tudo em dois dias (dois dias de MUITO TRABALHO e pouco tempo), acho que é importante deixar bem claro que eu não acho que esse seja um bom livro para crianças lerem. Nem mesmo adolescentes. Talvez se for um adolescente de 16 anos bem maduro, mas só talvez. Porque o livro é realmente bastante violento. Eu não estava brincando quando disse que eram adolescentes jogados em uma arena para matarem uns aos outros - o livro é exatamente sobre isso. E eles vão se matando. É cruel.

PS2: Eu realmente demorei a ler essa série. Eu já queria ler há um tempão, mas o pessoal falava demais e eu tinha medo de que não fosse tudo aquilo. Além disso, achava os livros carinhos e não queria gastar esse dinheiro. Aí o Submarino colocou o box com os três livros da série pelo preço de R$ 29,90 e eu não resisti (clique aqui para acessar a página com o box no Submarino, mas agora com o preço normal).

Nota: 


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